IA identifica TDAH com 91% de precisão ao analisar “impressões digitais” visuais do cérebro
Avanços no Diagnóstico de TDAH com IA

Um algoritmo de inteligência artificial conseguiu identificar adultos com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A inovação foi observar a forma como o cérebro processa ritmos visuais em frações de segundo.
- Precisão e Métodos
- Descobertas além do Diagnóstico
- Como Funciona a “Impressão Digital” Visual
- O Papel do Ruído
- Padrões Distintos em Pessoas com TDAH
- Vantagens deste Método
- A Pista da Medicação
- Conexões Entre Medicação e Desempenho
- Convergência Tecnológica
- Mensurando Traços
- O Impacto Econômico do TDAH
- Previsão de Resposta à Medicação
Precisão e Métodos
Um estudo publicado na revista PLOS One pela Universidade de Montreal alcançou 91,8% de precisão. Este resultado foi obtido analisando apenas 3% das características disponíveis, superando métodos tradicionais que dependem de questionários subjetivos e avaliações longas.
Descobertas além do Diagnóstico
O modelo não apenas identificou o TDAH, mas também conseguiu determinar se uma pessoa está em uso de medicação estimulante com 100% de acerto. Isso sugere que a condição pode ter uma causa neurológica específica, desafiando décadas de pesquisas que falavam em múltiplas origens.
Como Funciona a “Impressão Digital” Visual
A técnica utilizada, chamada de amostragem temporal aleatória, possui um funcionamento inovador. Participantes observam palavras francesas de cinco letras por apenas 200 milissegundos, misturadas a ruídos visuais.
O Papel do Ruído
O ruído visual não é estático; oscila em frequências específicas (entre 30 e 40 Hz). Isso revela a eficiência do cérebro em processar informações visuais.
Padrões Distintos em Pessoas com TDAH
Pesquisas mostraram que indivíduos com TDAH apresentam padrões únicos em três frequências: 5, 10 e 15 ciclos por segundo (Hz). Essas oscilações consistentes sugerem uma assinatura neurológica comum entre os diagnosticados.
Vantagens deste Método
Os diagnósticos tradicionais de TDAH no Brasil podem custar entre R$ 1.500 e R$ 5.000. Mudanças na forma de avaliação podem trazer benefícios para muitos. A abordagem baseada em IA oferece três vantagens principais:
- Objetividade: Elimina viés de interpretação subjetiva comum em avaliações convencionais.
- Rapidez: O teste visual é realizado em minutos, enquanto entrevistas clínicas podem demorar horas.
- Acessibilidade: Possibilita triagens em larga escala em regiões com poucos especialistas.
Martin Arguin, do laboratório responsável, destaca que as descobertas podem indicar uma causa única para o TDAH, contradizendo a ideia de múltiplas origens.
A Pista da Medicação
A precisão do algoritmo em identificar o uso regular de estimulantes (91,3%) mostra que esses medicamentos alteram o timing do processamento visual. Enquanto métodos tradicionais falharam em detectar diferenças significativas, o aprendizado de máquina captou padrões sutis que fazem a diferença.
Conexões Entre Medicação e Desempenho
Pesquisas anteriores confirmaram que estudantes com TDAH podem ter um desempenho 4,8 pontos superior em testes padronizados quando medicados. Isso sugere que a medicação pode melhorar o desempenho visual e funcional.
Convergência Tecnológica
Pesquisadores sul-coreanos também alcançaram 96,9% de precisão ao analisar imagens de retina. Tecnologias de realidade virtual, junto ao eye-tracking, estão sendo utilizadas para identificar o TDAH ao monitorar movimentos oculares.
Mensurando Traços
Essas abordagens indicam que o TDAH pode deixar “rastros” mensuráveis em vários sistemas sensoriais, todos passíveis de captura por tecnologias acessíveis.
O Impacto Econômico do TDAH
O TDAH gera um custo de US$ 122,8 bilhões anuais nos Estados Unidos, principalmente devido ao desemprego e à perda de produtividade. Globalmente, a condição afeta 2,6% dos adultos. Ferramentas de triagem acessíveis podem ajudar a identificar milhões de casos não diagnosticados, especialmente em áreas sem suporte psicológico.
Previsão de Resposta à Medicação
Menos de 60% dos adultos com TDAH respondem aos estimulantes. Dados neurológicos obtidos antes do tratamento podem ajudar a prever quem terá melhor resposta à medicação, evitando um longo processo de tentativa e erro.
