A Microsoft é conhecida por lançar novas versões do Windows de tempos em tempos, normalmente em um prazo de 3 em 3 anos. Esses lançamentos são aguardados pelo mercado em si devido a presença do sistema operacional da Microsoft nos computadores pelo mundo, sejam eles corporativos ou domésticos (cerca de 80% do market share mundial).

A nova versão do sistema, o Windows 8, que será lançado no mercado nacional nesta madrugada, vêm com algumas novidades em relação aos seus antecessores apesar de continuar com o core (núcleo) do Windows 7. Uma das mudanças mais perceptíveis (e também mais controversas) é em relação a sua nova interface gráfica que une o sistema de usabilidade encontrado em tablets e smartphones com o uso de sistemas de toque (touchscreens) batizado de Metro.

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Além disso, o Windows 8 aboliu o tradicional Menu Iniciar presente desde a versão do Windows 95, substituindo-o por um sistema de organização batizado de Tiles que é parecido com os gerenciadores de programas e arquivos encontrados nos smartphones ou com o recurso Stacks presente no Mac OS X.

Partindo para as versões que serão lançadas, a Microsoft irá lançar o Windows 8 para computadores, tablets e smartphones em uma resposta óbvia a presença de mercado que a Apple adquiriu desde o lançamento do iPhone em 2007 e ampliado com o lançamento do iPad. Serão lançadas 4 versões do sistema operacional: Windows 8 que é a versão básica para usuário doméstico; Windows 8 Pro que é a versão que substitui as versões Professional e Ultimate; Windows 8 Enterprise que é voltado para os mercados corporativos; e a Windows RT que é voltado para dispositivos embarcados com processadores ARM como Tablets e Smartphones.

Agora analisando tecnicamente o Windows 8, esta nova versão por possuir o mesmo núcleo do Windows 7, terá em teoria a mesma compatibilidade encontrada com os programas existentes na versão anterior do Windows. Isto em teoria, afinal a interface Metro pode gerar problemas com aplicações legadas, o que pode ser um entrave para a adoção desta versão em empresas que utilizam sistemas empresariais e aplicações específicas.

Os requisitos mínimos para a instalação do Windows 8 segundo a Microsoft são os mesmos do Windows 7: processador 1Ghz, 1 Gb de memória Ram (processadores 32 bits) ou 2 Gb (processadores 64 bits), placa de vídeo com suporte ao Directx 9 e 20 Gb de espaço em disco. Para uso da tecnologia touch, é necessário monitores touch screen. O preço sugerido para a venda é de R$ 268,00 para a versão Windows 8 Pro.

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Conclusão

O lançamento do Windows 8 pode fazer ressurgir um antigo fantasma que assombra os lançamentos da Microsoft: a não aceitação do público, situação que já ocorreu com os lançamentos do Windows Me e Windows Vista, só que desta vez a rejeição não esta relacionada a problemas de bugs de código ou falhas mas ironicamente ao principal argumento e componente em que a Microsoft sempre baseou os seus sistemas operacionais: a interface gráfica e usabilidade.  

A remoção do Menu Iniciar e substituição por uma pseudo interface de smartphone pode parecer a primeiro momento um mimo visual agradável e uma evolução necessária, mas analisando friamente ela é uma substituição de um componente critico imortalizado pelo Windows por um recurso de muito pouco ou nenhuma usabilidade e praticidade em monitores não touch, o que pode gerar alguns problemas de adaptação e adoção. Uma analogia prática seria como se a Ferrari decidisse remover o motor V12 que equipa seus modelos top de linha por um motor 1.0 semelhante ao do Fiat Uno Fire.

Além disso em muitos países os computadores e seus componentes são substituídos apenas quando quebram ao ponto de não terem mais reparo ou estarem muito defasados para os aplicativos e componentes mais recentes e não a cada lançamento dos fabricantes que exigem novos periféricos ou novo aprendizado e treinamento no uso (ainda é possível encontrar computadores com o Windows 95 funcionando como caixas ou para programas legados e sistemas comerciais em empresas).

Outro ponto em que a Microsoft pode ter cometido um erro é copiar a filosofia Apple de compatibilidade entre seus produtos e tentar empurrar no mercado goela abaixo suas soluções mesmo elas não tendo o nível de interoperabilidade encontrado nos produtos e sistemas da maçã, uma situação já presenciada no mal fadado player Microsoft Zune que tinha sido desenvolvido para bater de frente o iPod, mas possuía diversos problemas físicos e de sistema.

O Windows 8 vem com a responsabilidade de tentar frear a crescente expansão da Apple em diversos mercados (inclusive os corporativos, tradicional jurisdição da Microsoft), mas com esta mudança na usabilidade (o fator principal que ocasionou a adoção maciça do Windows pelos usuários domésticos e corporativos) pode ser com que a Microsoft volte a ter a chamada “Síndrome do Windows Vista” desta vez ocasionada não pelo sistema em si como nos casos anteriores, mas devido ao modo de uso, fazendo o “tiro sair pela culatra” falando em bom Português…

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